O Espaço EIMI, iniciativa do Centro de Ensino e Investigação em Medicina Interna, foi uma das sessões em evidência no 31.º Congresso Nacional de Medicina Interna, que reuniu especialistas e jovens investigadores num ambiente de partilha, reflexão e inspiração. A moderação ficou a cargo de Inês Chora e Vasco Barreto.
A sessão começou com a apresentação dos três projetos candidatos à Bolsa de Investigação SPMI 2025, reforçando a vitalidade da investigação atual e o compromisso da SPMI com o progresso científico da Medicina Interna. Em primeiro lugar, João Serôdio, com o projeto GlycoVasc Study – Glycosylation of anti-myeloperoxidase antibodies as a potential early predictor of ANCA associated vasculites. “Apesar de terem existido grandes avanços no tratamento e diagnóstico e das vasculites ANCA, continua a ser uma importante causa de mortalidade e morbilidade. A mortalidade ainda é superior à posição de controlo e as recidivas são frequentes”, alertou o investigador ao ponderar na importância do estudo.
De seguida, Mariana Pintalhão apresentou o projeto Monitorização de ritmo e AVC isquémico tipo ESUS: Papel do MR-proANP. “Como objetivo do nosso trabalho pretendemos caracterizar através de uma abordagem fenotípica abrangente os diferentes subtipos de tipos de doentes com ESUS e relacionar as suas características clínicas, analíticas e ecocardiograficas e eletrocardiográficas com a ocorrência de eventos futuros, seja FA, seja eventos embólicos ocorrentes”, referiu Mariana Pintalhão.
Joana Caetano apresentou o projeto Studying peripheral microcirculation in patients with systemic sclerosis and very early diagnosis of systemic sclerosis (VEDOSS). O estudo visa caracterizar amplamente os aspetos funcionais da microcirculação periférica e alterações hemodinâmicas, bem como os perfis bioquímicos de doentes com VEDOSS, SSc e RP. A candidata referiu que pretende identificar fatores diferenciadores nos doentes com VEDOSS, contribuir para o conhecimento dos mecanismos patogénicos que desencadeiam a esclerose sistémica definitiva, e apoiar na estratificação e seleção de doentes para intervenções terapêuticas precoces, equilibrando a preservação da saúde com a evitação do excesso de tratamento ou progressão da doença.
Por fim, seguiu-se uma vertente interventiva com Miguel Castelo Branco, que abordou a transformação digital no ensino da Medicina Interna, um tema incontornável na formação médica contemporânea. O orador destacou o impacto das novas tecnologias na capacitação dos Internistas, sublinhando a necessidade de adaptação contínua dos métodos pedagógicos à evolução tecnológica e às exigências do futuro. “Hoje temos de olhar para a sociedade, para a Medicina e para os outros aspetos, de forma a mudarmos e podermos influenciar a nova geração de médicos”, explicou o médico.
(23/05/2025)