A primeira sessão do 30.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI) foi subordinada ao tema “No interior da urgência: como lidar com os grandes desafios clínicos”. Raquel Calisto apresentou a palestra “Emergências alergológicas” como parte de uma mesa-redonda dedicada a diversos tipos de emergências clínicas atuais. “O tema é premente, uma vez que as doenças alérgicas têm tido uma presença cada vez mais frequente no adulto na Europa”, começou por dizer.
O objetivo principal da sessão foi rever conceitos essenciais que todos os internistas devem saber manejar em casos de anafilaxia, angioedema e estado de mal asmático.
Um dos pontos-chave abordados foi a gestão da anafilaxia. “A mensagem mais importante a passar relativamente à anafilaxia é que, perante uma suspeita, se houver a convicção de que A, B ou C estão em risco, a terapêutica de primeira linha é administrar 0,5 mg de adrenalina intramuscular na face anterolateral da coxa”, afirmou. Destacou a necessidade de evitar atrasos no tratamento, frequentemente causados pela administração indevida de anti-histamínicos ou corticosteroides em vez de adrenalina.
Na abordagem do angioedema, Raquel Calisto apresentou um algoritmo de tratamento específico para diferentes tipos de angioedema, incluindo aqueles associados ao uso de AINEs, IECAs, sacubitril, rtPA e inibidores da DPP4. Em relação ao estado de mal asmático, revisou as últimas recomendações para a gestão desta condição cada vez mais prevalente nos serviços de urgência.
Sobre a importância do 30.º CNMI, sublinhou a diversidade de experiências partilhadas pelos internistas, tanto de hospitais centrais quanto periféricos. “Este congresso tem a particularidade de ser organizado por um hospital não central e do interior, o que é em si uma vitória e merece ser celebrado”, disse. No entanto, lamentou que o evento não tenha sido realizado em Vila Real por impossibilidades de logística. Aproveitou para parabenizar a dedicação da comissão organizadora de trazer um pouco de Vila Real ao Algarve.
Por fim, Raquel Calisto ressaltou a relevância do congresso para a especialidade, afirmando que é fundamental para a atualização dos profissionais, a apresentação de trabalhos por jovens internistas e a promoção de networking. “O usufruto de momentos de convívio e o aumento da rede de contactos são também das características mais importantes do Congresso Nacional de Medicina Interna”, afirmou.
Esta sessão contou ainda com as intervenções de Betânia Ferreira sobre as urgências cardiológicas e de Eloisa Silva sobre as urgências pneumológicas.
(23/05/2024)