Durante a mesa-redonda “Tarde do Jovem Internista”, inserida no programa do 31.º CNMI, Ana Magalhães partilhou a sua experiência de formação internacional com uma apresentação intitulada “Estágio de ecografia clínica em Itália”. A médica realizou um estágio de ecografia POCUS (Point-of-Care Ultrasound) em Bolonha e aproveitou a oportunidade para refletir sobre a importância crescente desta técnica na prática clínica.
“Abordei a importância que a ecografia tem na anamnese do doente como quinto pilar do exame objetivo e como esta pode influenciar uma abordagem terapêutica ou diagnóstica”, explicou. Para além da componente técnica, a médica destacou ainda os pontos positivos e os desafios de realizar estágios fora de Portugal.
Segundo Ana Magalhães, trazer este tema a debate é particularmente relevante: “A ecografia é um tema em crescimento na Medicina Interna. Cada vez mais temos pessoas ligadas a esta área e a dar formação de POCUS.” Além disso, a vivência no estrangeiro oferece novas perspetivas: “Promove um ponto de vista diferente, tanto dentro deste tema como ao nível da organização e funcionamento dos cuidados de saúde de outro país.”
Sobre o congresso, destacou a riqueza do encontro intergeracional: “O CNMI é sempre um grande evento para a Medicina em Portugal, visto que tanto traz jovens médicos a começar a sua formação como internistas com uma carreira brilhante de longa data.”
Sublinhou ainda o valor humano e clínico do congresso: “A diversidade de discussão de patologias, níveis de formação e troca de impressões clínicas não só nos enriquece como corpo clínico, mas também como pessoas que cuidam de pessoas.”
Carolina Seabra também foi convidada para partilhar a sua experiência de estágio em Neurologia, com foco nas doenças cerebrovasculares, realizado no Hospital La Paz, em Madrid — uma unidade de referência internacional na área.
A médica destacou os desafios e as aprendizagens desenvolvidas, desde o processo de candidatura até à integração numa nova equipa clínica. “Um estágio no estrangeiro pode ser enriquecedor e motivador, especialmente para os internos que ponderam seguir este caminho”, sublinhou.
Carolina Seabra reforçou ainda a importância de debater o tema da internacionalização da formação médica, referindo que os estágios “não só ampliam horizontes clínicos e científicos, como também desenvolvem competências essenciais”, referindo-se à adaptação cultural e o trabalho em equipas multidisciplinares. A jovem deixou claro acreditar que partilhar aquelas vivências pode encorajar mais internos a procurar oportunidades além-fronteiras.
Durante a intervenção, a jovem médica expressou também o seu entusiasmo em participar no 31.º CNMI, que descreveu como “um espaço privilegiado de partilha, inovação e colaboração entre colegas de diferentes áreas”.
A mesa-redonda contou ainda com a partilha de experiências enriquecedoras de cinco médicas que realizaram estágios em diferentes áreas da Medicina. Catarina Pinto Silva destacou a sua experiência em doenças autoimunes em Barcelona, enquanto Filipa Rocha abordou a sua vivência também nessa área e em Hepatologia, em Paris. Ana Rita Ramalho trouxe a perspetiva da Geriatria com um estágio em Espanha e Beatriz Porteiro abordou os desafios e aprendizagens adquiridas durante o seu estágio em Neurossonologia e doenças cerebrovasculares, também em Espanha.
(23/05/2025)