A docente universitária Joana Santos Silva defendeu, no 31.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI), que a tecnologia wearable e a Internet of Things (IoT) estão a alterar de forma significativa a prática clínica, ao permitirem uma Medicina mais personalizada, preditiva e centrada no doente.
Na sessão dedicada à “Wearable Technology na prática clínica”, a docente destacou que “estes dispositivos, outrora apenas acessórios de consumo, evoluíram para ferramentas clínicas essenciais”, com capacidade para monitorizar continuamente parâmetros vitais, apoiar diagnósticos precoces e ajustar planos terapêuticos de forma individualizada.
Durante a sua intervenção, foram apresentados exemplos concretos de wearables já integrados na prática clínica, bem como os benefícios que oferecem aos internistas, como a redução de hospitalizações e a possibilidade de uma vigilância remota mais eficaz. Contudo, Joana Santos Silva alertou também para os desafios que estas tecnologias colocam, nomeadamente em termos de ética, segurança de dados e integração nos sistemas de saúde. “A tecnologia pode medir sinais vitais, mas só os especialistas de Medicina Interna podem cuidar daquilo que torna cada vida verdadeiramente única”, sublinhou.
A importância do debate sobre esta transformação digital na saúde foi igualmente salientada. “Estamos perante uma nova era da Medicina, mais conectada, mais preditiva e potencialmente mais humana”, afirmou, lembrando que cabe à Medicina Interna liderar este processo de forma crítica e consciente.
Relativamente ao congresso, a docente universitária expressou elevadas expectativas, considerando-o um espaço privilegiado de partilha, inspiração e reflexão. “Espero que seja um ponto de encontro de ideias transformadoras, onde o conhecimento médico se alia à inovação e à reflexão humanista”, concluiu, defendendo uma Medicina Interna que integre a tecnologia sem perder a proximidade com o doente.
(24/05/2025)