No final do terceiro dia do 30.º CNMI, foi dinamizada mais uma iniciativa inserida no painel “Conversas de Fim de Tarde”. Com moderação de Jorge Crespo, a sessão “4 Presidentes da República e um Internista” contou com a partilha do percurso e experiência de Daniel de Matos, médico internista de quatro Presidentes da República.
Durante a conversa, Daniel de Matos mergulhou na singularidade da prática médica ao mais alto nível político, destacando a importância do profissionalismo médico e da confiança na gestão da saúde dos líderes de nação, o que considera ser “um voto de confiança”.
Por sinal, o Médico Internista refletiu ainda sobre a complexidade de conciliar as exigências clínicas com os protocolos políticos e os desafios logísticos que surgem no contexto do acompanhamento médico presidencial. “O médico pessoal tem limitações. Não pode trair o seu doente, mas não pode mentir ao seu país. O escrutínio hoje é enorme e não mentir e não ocultar é crucial, senão perdemos a credibilidade perante a população”, afirmou o especialista ao ponderar sobre o sigilo médico e secretismo.
Na reta final da entrevista, Daniel de Matos revelou que vai abandonar o Palácio de Belém, contudo com a promessa de não se desvincular da profissão, reforçando também a necessidade de se continuar a pressionar as entidades governamentais no que diz respeito à valorização dos internistas. “Acho que chegou a hora. É altura de sair e dar lugar a outros Internistas, pois tenho orgulho na Medicina Interna. Os internistas são os verdadeiros gestores dos doentes e são eles que permitem economizar tempo e recursos”.
(25/05/2024)