Pedro Carreira, Cristina Gavina e Jonathan Santos fizeram parte do painel de palestrantes da mesa-redonda subordinada ao tema “Abordagem integrada do doente com IC”.
Na perspetiva da Medicina Interna, Pedro Carreira começou por explicar que “a insuficiência cardíaca é uma entidade clínica complexa, crónica e associada a múltiplas descompensações e internamentos. A abordagem integrada envolve uma colaboração próxima de uma equipa multidisciplinar de profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, entre outros, num esforço conjunto para melhorar o prognóstico, reduzir hospitalizações e promover o controlo sintomático”.
Ao longo da sua exposição, apresentou a experiência da UNIICA – Unidade Integrada de Insuficiência Cardíaca do Centro Hospitalar de Setúbal. “O conceito de abordagem integrada do doente com IC não é novo, no entanto, a sua operacionalização reveste-se de desafios e obstáculos. A dificuldade de articulação entre especialidades bem como as limitações humanas e estruturais das instituições, levam a que muitas vezes a multidisciplinaridade fique apenas no papel. Aceitei o convite para trazer um exemplo dessa articulação desejada, mas nem sempre alcançada”, terminou.
Por seu lado, Jonathan Santos afirmou que a mesa-redonda em causa “reflete desde logo a necessidade na gestão conjunta da insuficiência cardíaca ao integrar a voz das várias especialidades médicas”. Do ponto de vista da Medicina Geral e Familiar, partilhou os desafios dos cuidados de saúde primários e exemplificou estratégias práticas que aplica no dia a dia para uma abordagem otimizada da doença, garantindo que esta foi uma oportunidade de reflexão multidisciplinar, para que seja reforçada a conexão entre os vários tipos de cuidados, com foco no doente.
“A integração de cuidados urge ser uma realidade”, rematou.
(05/05/2023)