“Loucos” anos 20: os desafios clínicos a ultrapassar na urgência
O Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura, foi o local perfeito para trazer a debate alguns dos desafios que caracterizam a Medicina da atualidade, através dos contributos dos convidados da mesa-redonda “Desafios clínicos na urgência nos ‘loucos’ anos 20”, do 28.º Congresso da SPMI.
Ana Paula Reis iniciou este debate com o tema “Reconhecimento de doenças infeciosas emergentes. “Algumas das doenças emergentes são: monkeypox, poliomielite, sarampo, dengue, chicungunya, COVID-19 e vírus nilo ocidental”, começou por referir.
De seguida, enumerou os fatores envolvidos na emergência e reemergência de doenças infeciosas, que são: demográficos, sociais e políticos, económicos e ambientais, relacionados com desempenho do setor da saúde, relacionados com mudanças e adaptação dos microorganismos e manipulação de microorganismos com vista ao desenvolvimento de armas biológicas.
A oradora completou a sua apresentação expondo os fatores de risco que originam processos zoonóticos.
“A introdução de animais domésticos e/ou homem em foco natural, a translocação de um hosp. infetado a um novo biótipo onde existem hosp. suscetíveis, a alteração do equilíbrio ecológico e a intervenção do Homem na modificação dos ecossistemas. São todas as interações complexas que vão originar as doenças emergentes”, concluiu.
Seguidamente, Susana Marques apresentou “Atualização de guidelines em doenças comuns”, começando por referir que “há imensas guidelines a sair a todo o momento. Acabei por decidir falar apenas das novidades, do que saiu no último ano, sobre algumas doenças que podemos ver no serviço de urgência”.
A oradora apresentou as guidelines das doenças: sepsis, tromboembolismo venoso, esteatose hepática não alcoólica, diverticulite aguda, revascularização coronária, doença do refluxo gastro-esofrágico, insuficiência cardíaca.
Maria João Heitor, não podendo estar presente, enviou a sua apresentação dedicada ao tema “Saúde Mental – A forma como a pandemia mudou os médicos e os doentes”, onde abordou o stress laboral e burnout.
Teve, ainda, oportunidade de se dedicar ao conceito “fadiga pandémica”, que, explicou, estar ligado à exaustão das pessoas no que à pandemia diz respeito. A oradora também falou dos preditores de sofrimento psicológico, nomeadamente, ser mulher e haver dificuldade na conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Relativamente aos grupos mais afetados, Maria João Heitor mencionou os profissionais da linha da frente, nomeadamente entre o sexo feminino, solteiros e menos experientes.
Por fim, abordou como deve ser feita a prevenção do burnout.
(04/10/2022)