A manhã do 2º dia iniciou com 3 sessões de “Café com o Perito” com temas como “HTA e gravidez”, “DPCO – terapêutica tripla para quem?” e “POCUS na avaliação do Choque”.
Pedro Correia Azevedo foi o orador que deu foco à abordagem diagnóstica, opções terapêuticas e prevenção na “HTA e gravidez”, que considera ser um problema emergente, devido à sua prevalência ter aumentado em todo o mundo. “A hipertensão arterial (HTA) continua a ser a segunda causa de morte materna e a ser responsável por cerca de um quarto dos internamentos na gravidez. Cerca de 20% das mulheres que engravidam têm HTA estabelecida, uma situação que complica 15% dessas mesmas gravidezes” salientou o palestrante.
Deste modo, o convidado reforçou que a mulher grávida com HTA tem um risco acrescido de complicações vasculares, como o acidente vascular cerebral, e obstétricas, como a placenta prévia e a coagulação intravascular disseminada. O feto, por sua vez, tem um maior risco de atraso de crescimento intrauterino, prematuridade e morte intrauterina. No período neonatal, destacou ainda o risco significativo de paralisia cerebral, enterocolite necrotizante e retinopatia da prematuridade.
“Faz sentido abordar este assunto neste congresso porque a Medicina Interna, enquanto especialidade integradora de várias disciplinas médicas, tem uma posição privilegiada para providenciar, em conjunto com a Obstetrícia, o apoio médico necessário à otimização dos cuidados materno-fetais em mulheres com doenças crónicas ou problemas agudos do foro médico e articular a intervenção das outras especialidades. É exemplo disto, a avaliação e seguimento da hipertensão na gravidez e puerpério”, acrescentou Pedro Correia Azevedo.
De seguida, Jacobo Bacazira foi o palestrante que deu vida ao “Café com o Perito – POCUS na avaliação do Choque”, onde teve a oportunidade de abordar a importância do Point-of-care Ultrasonography (POCUS) na gestão hídrica do doente em urgência e emergência, devido ao perigo de sobrecarga hídrica, que pode ser letal.
Neste sentido, reforçou três conceitos chave: gestão de fluidos mais cautelosa e ponderada, no sentido de evitar iatrogenias; perceber os conceitos de responsividade e tolerância a fluídos, os quais são pedras basilares da fluidoterapia; e conhecer as ferramentas ao nosso dispor para identificar a responsividade e tolerância do doente, em função da situação clínica atual e das suas patologias crónicas.
Por outro lado, Jacobo Bacazira teve ainda a oportunidade de partilhar a sua perspetiva relativamente ao 29.º CNMI. “O Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna foi, desde sempre, um dos mais relevantes congressos médicos na agenda anual. Os estandartes de divulgação, a categoria científica e a importância dos conhecimentos transmitidos fazem desta reunião um evento indeclinável”, avaliou o profissional de saúde.
Já a questão “DPOC – terapêutica tripla para quem?” foi analisada e respondida por Paula Dias, que colocou o seu foco na Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e nas especificidades da terapêutica tripla.
(06/05/2023)