Na sessão dedicada à diabetes e obesidade, Elisa Tomé ofereceu uma visão abrangente e atualizada sobre o tratamento do diabético tipo 2 com obesidade, destacando a importância de abordagens integradas para lidar com ambas as condições.
Durante a apresentação, os pontos-chave incluíram uma análise detalhada da relação entre diabetes e obesidade, bem como a importância de abordagens multidisciplinares e integradas para o tratamento eficaz dessas condições.
Sobre a importância do 30.º CNMI, Elisa Tomé referiu a atualização de conhecimentos proporcionada por eventos como este, assim como a oportunidade de colaborar com a organização como palestrante e membro do júri de trabalhos.
Além disso, a médica destacou algumas particularidades da Medicina Interna no interior do país, mostrando a importância de adaptar as práticas médicas às necessidades específicas das comunidades locais.
Por outro lado, Bruno Almeida abordou o tema “Avanços na Terapêutica”, onde se focou na abordagem farmacológica futura e nas intervenções precoces para modulação da prevalência da diabetes.
“Os objetivos da sessão são apresentar a abordagem farmacológica futura da obesidade e demonstrar como intervindo precocemente na obesidade se poderá modular a prevalência da diabetes,” explicou. Destacou também a importância de aumentar a capacitação dos profissionais de saúde sobre os mecanismos das terapêuticas em desenvolvimento. “Queremos mostrar como estas terapêuticas podem levar ao controlo da diabetes, modular a perda de peso e ter um eventual papel cardioprotetor,” acrescentou.
Os pontos mais relevantes da apresentação incluíram a atuação da terapêutica na modulação da obesidade e nos mecanismos fisiopatológicos que estão na génese da diabetes. Realçou os avanços promissores na área que poderão revolucionar o tratamento e gestão dessas condições crónicas.
Refletindo sobre a importância do congresso, afirmou: “O CNMI tem sido, ao longo dos anos, a reunião magna que junta os internistas portugueses, mas também especialistas de outras áreas na discussão holística e abrangente da doença, nomeadamente do doente complexo com multipatologia. Ao entrar na maturidade experiente dos 30 anos, o congresso ganha cada vez mais relevância como o grande fórum de discussão científica e vertente prática da medicina em Portugal”.
“Num momento de grande desafio para a especialidade de Medicina Interna em Portugal é expectável que internistas se unam na defesa da especialidade que melhor acompanha o doente complexo, com uma visão holística e abrangente destas pessoas. A Medicina Interna terá a capacidade de ser o agregador da multiespecialização, dando uma resposta, contudo, individualizada para cada pessoa e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida,” concluiu.
Adicionalmente, Rúben Reis deu o seu contributo ao abordar “Assimetrias: o espectro das doenças”. “Esta sessão teve como principal objetivo colocar em foco a diferença que existe entre pessoas com o diagnóstico de diabetes mellitus. Sabemos que existem vários tipos de diabetes, contudo, dentro do mesmo subtipo (Diabetes tipo 1 e Diabetes tipo 2, por exemplo) as doenças apresentam fenótipos diversos – diferenças na insulino-resistência, peso, produção de insulina, etc. O objetivo da sessão é destacar essas diferenças e tentar encontrar padrões que respondam melhor/pior a, por exemplo, terapêutica ou ter risco acrescido para complicações específicas”, explicou.
O especialista referiu que a diabetes e subgrupos (com a exceção da diabetes monogénica) são doenças poligénicas e a sua apresentação é heterogénea. Além disso, a identificação de padrões e grupos de doentes dentro da DM1 e DM2 pode permitir uma individualização da terapêutica e prevenção de complicações.
Para terminar, referiu que os congressos nacionais de Medicina Interna são muito importantes, uma vez que permitem a partilha de conhecimento, experiência e dia a dia entre internos e especialistas. “Permite-nos manter contacto com os diversos colegas de diferentes hospitais, conhecendo a atividade desenvolvida nos diversos centros do país de forma a melhorar a nossa própria prática clínica. Qualquer iniciativa que vise aproximar todos os interessados no congresso e sessões são bem-vindas, permitindo mais uma forma de divulgação do conteúdo científico das sessões”.
(25/05/2024)