A necessidade de se recorrer a transplantes para salvar vidas é uma realidade e foi nesse âmbito que decorreu a mesa-redonda “Emergência em doentes transplantados”, do 28.º Congresso Nacional de Medicina Interna da SPMI. A medula, rim e fígado foram os órgãos em foco por parte do painel de oradores convidados.
Luís Rodrigues acredita que a discussão deste tema com os restantes participantes contribui para o objetivo de melhorar os cuidados dos doentes com uma insuficiência grave destes órgãos. “Esta solução terapêutica é em algumas situações uma terapêutica lifesaving, sobretudo quando falamos de transplante de coração e fígado, pelo que todos devemos conhecer as atualizações recentes na área para o melhor acompanhamento de potenciais candidatos com uma insuficiência grave destes órgãos”.
Já na área de intervenção do orador, ou seja, a transplantação renal, foram revistas as indicações em que este tipo de procedimento é emergente. Aqui são elegíveis os doentes em que não é possível reunir condições para outras técnicas substitutivas da função renal, como é o caso da diálise peritoneal ou a hemodiálise.
No caso da medula é a apresentação de Adriana Roque que sintetiza esta tipologia de transplante. O discurso é centrado nas complicações mais frequentes e/ou mais graves que exibem especificidades, assim como nos termos de apresentação e abordagem dos doentes sujeitos a transplante de progenitores hematopoiéticos após alta da Unidade de Transplante. Por outro lado, é tomada uma especial atenção especial para a neutropenia febril/infeção no doente imunocomprometido e a doença de enxerto-versus-hospedeiro.
Adriana Roque referiu, ainda, a importância da formação dos profissionais. “Em Portugal existem seis centros que realizam transplantes de progenitores hematopoiéticos (Porto, Coimbra e Lisboa), mas a população de doentes está distribuída por todo o território. Estes são doentes extremamente suscetíveis a complicações graves, com necessidade de abordagem imediata, pelo que a formação dos médicos de Medicina Interna, que integram a linha de frente quer em contexto de urgência, quer de internamento nos centros que não dispõem de Hematologia, é fundamental.”
(04/10/2022)