Luís Rodrigues foi um dos oradores da mesa-redonda “A Multidisciplinaridade da Doença Renal”, onde apresentou o tema “Abordagem da Proteinúria e Indicações para Biópsia Renal”, sublinhando a importância crescente deste marcador na era das novas terapêuticas para a Doença Renal Crónica (DRC).
Na sua intervenção, o especialista destacou a proteinúria como elemento central no diagnóstico, decisão terapêutica e prognóstico da patologia renal. “É um marcador essencial, muitas vezes o primeiro sinal de alarme e, em simultâneo, o principal critério para iniciar ou avaliar a resposta a novas terapias”, afirmou.
Luís Rodrigues sublinhou ainda que a abordagem correta da proteinúria pode definir a necessidade — ou não — de biópsia renal, procedimento invasivo, mas fundamental em muitos casos. “A nossa prática clínica deve ser guiada por critérios bem definidos. Saber quando avançar para a biópsia é crucial para evitar atrasos no diagnóstico e tratamentos desnecessários ou tardios”, defendeu.
Com os recentes avanços terapêuticos — como os inibidores do SGLT2, a finerenona e os agonistas do GLP-1 —, a proteinúria ganha um novo protagonismo. “Estes fármacos estão a mudar o paradigma da DRC, oferecendo melhores resultados na proteção renal e redução do risco cardiovascular. Mas para os aplicarmos corretamente, precisamos reconhecer quem mais beneficia, e aí a proteinúria é determinante”, reforçou.
Luís Rodrigues mostrou-se entusiasmado com a sua segunda participação no Congresso Nacional de Medicina Interna. “A qualidade científica tem sido excecional e, conhecendo bem os colegas da comissão organizadora da ULS de Coimbra, não tenho dúvidas de que esta edição estará à altura do prestígio do congresso”, concluiu.
A sessão contou ainda com as intervenções de Magda Sousa, que abordou “A importância da taxa de filtração glomerular na prática clínica”, destacando o seu papel na estratificação de risco e na monitorização da função renal, e de Fernando Friões, com o tema “Novas perspetivas na Síndrome Cardiorrenal – dos biomarcadores à terapêutica”, explorando os avanços diagnósticos e terapêuticos que aproximam a Cardiologia da Nefrologia na abordagem integrada desta síndrome complexa.
(24/05/2025)