“Risco Cardiovascular” foi o tema promovido pelo Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Cardiovascular da SPMI, que foi alvo de debate no 29.º CNMI. Esta mesa-redonda contou com a moderação de Vitória Cunha e Diogo Cruz.
Rogério Vicente Ferreira, ao apresentar o tema “Estratificação de risco – o que mudou nas guidelines?” afirmou que, atualmente, manter a atualização científica é um desafio, devido à “avalanche” anual de novas guidelines, ensaios clínicos e estudos, destacando a importância da prevenção cardiovascular.
“Para protegermos os nossos doentes, precisamos de ter uma boa estratificação. Ao ver os dados de Portugal, vemos que temos uma elevada prevalência de doentes de alto risco e vemos que temos ainda um longo caminho a percorrer”, começou por dizer. Percorreu as várias guidelines existentes desde 2016 a 2021, entre elas: ESC/ EAS sobre prevenção cardiovascular, ESC/ ESH sobre hipertensão arterial, ESC/ EAS sobre dislipifemia, ESC sobre diabetes e doença cardiovascular, ISH sobre hipertensão arterial, ESC sobre prevenção cardiovascular, OMS sobre HTA e ESH sobre HTA. Falou ainda do SCORE, do SCORE2 e do SCORE2-OP.
“Ainda em 2023, teremos novas guidelines da ESC sobre doença cardiovascular e diabetes e novas guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão sobre hipertensão arterial”, terminou, demonstrando expectativa relativamente ao futuro.
De seguida, “Abordagem farmacológica da obesidade” foi o tema apresentado por Paula Freitas.
“Para começar, importa dizer que a obesidade é uma doença subdiagnosticada, subtratada e incompreendida”. Falou do papel do cérebro no controlo do apetite, enunciou as inúmeras doenças relacionadas com a obesidade, referindo que as pessoas com obesidade têm uma probabilidade muito maior de vir a sofrer de doença coronária e insuficiência cardíaca. No entanto, existem dois lados. Ao perder peso, o risco cardiovascular também diminui consideravelmente. Seguidamente, percorreu as várias terapêuticas farmacológicas e discutiu as que futuramente poderão vir a ser utilizadas.
Ainda subordinado ao tema do risco cardiovascular, Patrícia Vasconcelos dedicou-se à “Esteatose hepática não alcoólica”.
“O fígado gordo não alcoólico (FGNA) engloba várias formas desta doença: esteatose hepática, esteatohepatite não-alcoólica e cirrose associada ao fígado gordo. O FGNA tem-se tornado a doença hepática mais prevalente no mundo, estando a ser observada cada vez em idades mais jovens, o que se relaciona com o aumento da obesidade nesta faixa etária”, alertou a especialista.
“São necessárias estratégias de prevenção e tratamento para a doença do fígado gordo, para que a saúde cardiovascular melhore”, sendo fundamental o exercício físico regular, evitar bebidas alcoólicas e alimentos e bebidas com frutose e perda ponderal.
(05/05/2023)